Um dos pressupostos das análises de Thompson repousa na idéia de que o comportamento humano, expresso em revoltas, motins e todo tipo de ação política, é mediado pela cultura, ou pelo aprendizado do costume, baseado em noções legitimadoras partilhados por um grupo social. Se existe consenso, ele pertence ao domínio do costume no interior de uma classe social. Quanto à ação política, inspirada pelo costume, pode-se dizer que ela é direta, disciplinada e com objetivos claros. O que Thompson chama argutamente de economia moral é o conjunto de normas e obrigações sociais, das funções econômicas peculiares a vários grupos na comunidade. Se ela é invisível, a ação política dos pobres confere-lhe plena visibilidade.
A esta economia moral se contrapõe a economia de mercado, baseada nos princípios da oferta e da procura, na maximização do lucro, na liberdade do comércio, nas práticas de monopólio e açambarcação, etc. O resultado isso é a defesa intransigente, por parte da multidão, da velha economia moral, baseada em preceitos paternalistas e na idéia do bem estar da comunidade, a que todos deveriam concorrer. A idéia do lucro, ainda que não totalmente ausente, chocava-se com os imperativos das necessidades da comunidade. De uma economia baseada na moral passa-se a uma economia baseada no lucro - é esta transição que Thompson descreve. A vitória do laissez-faire se fez às custas da economia moral.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
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Concordo professora, desta maneira ele parte do principio de que as experiências humanas são marcadas pelos costumes e a história assim como a cultura, passam a estar ligadass a esta noção: cultura - costume. A aprendizagem como diz, e o próprio Thompson afirma, é uma educação que vem desde o nascimento da criança.
ResponderExcluiridéia apresentada por Thompson em costume e Cultura, nos leva a pensar sobre a lógica de que os costumes eram resultado de uma prática coletiva, que no tempo se torna direito, mas esse direito, só é pensado de acordo com uma nova realidade. Da consciência individual ou coletiva, é possível transformar um costume vivenciado ao longo do tempo em um direito. Para ele o costume, deve ser entendido como a origem de todos os direitos, e até a cultura. Como diz a seguir: “(...) mas como sui generis, ambiência, mentalidade, um vocabulário de discurso, legitimação é expectativa.”