quinta-feira, 2 de abril de 2009
Seria Rabelais um ateu ?
Responder a esta questão implica responder a outra mais complexa: seria a descrença uma possibilidade intelectual aos homens do Renascimento ? Teriam eles uma utensilagem mental capaz de formular o problema da descrença ? Segundo Febvreve, para o homem do seculo XVI se libertar do peso esmagador da religião, ele deveria buscar apoio na filosofia, na ciencia ou no ocultismo. Febvre passa a examinar cada um deles, para mostrar que eles nao forneciam, no século XVI, o suporte necessário para a descrença. Para Febvre, se existe descrença, ela se traduz apenas como mera negação, como um impulso, sem valor social, que nada significa. É uma descrenca vazia e sem valor historico, posto que sem fundamentação filosófica. Febvre só admite a negação da religião - a descrença propriamente dita - se ela for advogada em base de razões coerentes, repousando sobre verificações científicas. A descrença assim seria impossivel no seculo XVI.
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