quinta-feira, 2 de abril de 2009

Os limites de Bloch

Bloch era um homem do seu tempo, sujeito portanto às crenças e convicções de sua época. O pano de fundo de seu trabalho assenta-se sobre uma teoria da natureza humana: esta, imutável, teria determinadas "necessidades eternas". Necessidades psicológicas, bem entendido. O maravilhoso monárquico viria então atender tais necessidades. Aqui e ali Bloch alude ao psiquismo humano, influenciado por uma interpretação antropológica. Parece que ele partilha da idéia de que existem diferentes estágios da civilização, que correspondem, por sua vez, a determinados conjuntos de representações coletivas. Estas representações seriam similares, em suas linhas gerais, estariam presentes em todas as culturas, posto que atenderiam a necessidades psicológicas imutáveis. O que varia de uma cultura a outra é a feição peculiar que tais representações assumem. Trata-se, portanto, de buscar uma estrutura imóvel e imutável nas diferentes culturas, que se esconde por trás de formatos diferentes.
Posto isto, Bloch acredita que a crença nos milagres protagonizados pelos reis de França e Inglaterra assemelham-se a práticas existentes em outras sociedades.

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