Já vai longe o tempo em que os historiadores acreditavam num poder absolutista, imposto de cima para baixo, com mão de ferro. A revisão começou com Michel Foucault e, para o caso português, culminou na obra de Antonio Hespanha. Governabilidade significa, para os autores contemporâneos, operar negociação entre centro e periferia, numa simbiose de interesses capaz de dar sustentação ao poder central. Com grande influência sobre o centro, as periferias, na análise de Greene, impuseram seus interesses, participando ativamente do poder e dos seus benefícios, sob a forma de direitos, privilégios e isenções. Segundo Greene, havia um delicado equilíbrio entre os interesses das elites locais e os interesses do poder central. Quando este equilibrio foi rompido, o sistema entrou em colapso.
Em lugar do absolutismo, temos então a relativa autonomia das elites locais, encasteladas nos nichos de poder existentes na periferia.
Será que alguém discorda ?
quinta-feira, 25 de junho de 2009
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Seria demais imaginar que este colapso do absolutismo foi engendrado pelo menos em parte pela elite burguesa? Em caso positivo não seria o iluminismo um movimento burguês embora levado a efeito por alguns filósofos aristocratas?
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