É importante, dentro do arcabouço deste artigo, ver com maiores
detalhes este pós-modernismo que é acientífico antes de anticientífico. Em
primeiro lugar, ele pode nos ensinar o que deveríamos compreender como
historiografia pós-moderna e que, em segundo lugar, a historiografia sempre
teve algo de pós-moderna. Um bom exemplo do critério pós-moderno
de ciência é a “descontrução” — para usar o termo correto — da causalidade
por Nietzsche, que muitos consideram ser um dos mais importantes
pilares do pensamento científico. Na terminologia da causalidade, a causa
é a origem e o efeito, o produto secundário. Nietzsche então demonstra
que procuramos as causas apenas baseados em nossas observações dos efeitos
e que, portanto, o efeito é, de fato, o produto principal e a causa, o
secundário. “Se o efeito é o que causa que a causa seja uma causa, então o
efeito, não a causa, deve ser tratado como a origem”. Quem discordar
dizendo que Nietzsche confundiu a ordem dos fatores respectivamente da
pesquisa e da realidade não estará percebendo o cerne de sua linha de pensamento,
pois este é precisamente o artificialismo da hierarquia tradicional
de causa e efeito. Nosso treinamento científico, por assim dizer, “estabilizou-
nos” em uma aderência a essa hierarquia tradicional, mas além deste
treinamento intelectual não há nada que nos obrigue a continuar dessa
forma. O mesmo, se não mais ainda, pode ser dito da inversão desta hierarquia.
Esta é a maneira de se colocar os fatos no pós-modernismo."
Fonte: http://www.ppghis.ifcs.ufrj.br/media/topoi2a4.pdf
quarta-feira, 17 de junho de 2009
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