quinta-feira, 4 de junho de 2009
Escolhas políticas: há escolhas ?
Não me parece, a princípio, que a política tem a ver com escolhas. Aliás, a história cultural tem mostrado que, para o bem e para o mal, há pouquíssimo de escolha consciente nas deliberações dos homens. Eles agem em consonância com tradições, crenças e valores, todos eles herdados, recebidos ainda em tenra infância, junto com o leite materno. Novamente retorno a Thompson: o que somos e o que queremos pertence ao domínio da cultura. Aprendemos com os nossos pais, o nosso grupo social, o nosso contexto. Isto é muito diferente de simplesmente escolher. É por esta razão que a história política é, sobretudo, história cultural. Até que se prove o contrário, a cultura mantém íntima ligação com o social: os estudos sobre os níveis culturais, ainda que destaquem a circularidade, tendem a pensar o enraizamento social entendido como a experiência histórica dos grupos. É claro que os contextos históricos variam, propondo a nós historiadores outras possibilidades de arranjos sócio-culturais. De qualquer modo, romper com a dimensão social da cultura pode indicar ao retorno da cultura entendida como aquilo que paira sobre os indivíduos.
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