O Iluminismo trouxe o apelo explícito a alguma narrativa grandiosa, por meio da qual se concebia a história do passado e se projetava um futuro. Podia ser a dialética do Espírito, a hermenêutica do significado, a emancipação do sujeito racional ou trabalhador, a criação de riquezas, etc. Com o pós-modernismo, temos a dissolução de todas as narrativas, considerando-as todas suspeitas e comprometidas com o poder. Em termos de historiografia, o resultado é que se os historiadores do passado eram inspirados por um compromisso político ou filosófico, sem que isso solapasse a autoridade de seu texto, hoje os pós-modernistas vêem toda narrativa como o conteúdo discursivo do presente sobre o passado. Todas as "histórias grandiosas", tais como as idéias ocidentais de progresso, incluindo as teorias marxistas de história, são rejeitadas, sob a acusação de serem reducionistas, pois que privilegiariam um aspecto particular da realidade (modo de produção, classe, ou qualquer outra coisa como determinante histórico), redundando numa visão monolítica do mundo.
Segundo Ellen M. Wood, as implicações políticas das posições pós-modernistas são claras: o self humano é tão fluido e fragmentado e nossas identidades, tão variáveis, incertas e frágeis, que não pode haver base para solidariedade e ação coletiva fundamentadas em uma identidade social comum, em uma experiência comum, em interesses comuns. Insistem na impossibilidade de qualquer política libertadora baseada em algum tipo de conhecimento ou visão totalizantes. Até mesmo uma política anticapitalista é por demais totalizante ou universalista...
quinta-feira, 18 de junho de 2009
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