quarta-feira, 17 de junho de 2009

Niilismo pós-moderno

Segundo os seus críticos, a modernidade viola uma das leis fundamentais para a estabilidade de qualquer cultura: não prove nenhum sentido axiomático para a vida. A modernidade é a unica cultura que deixa o homem em total desamparo. Temos de buscar a bússola para a vida em nós mesmos. Quando Heidegger sublinha a desproteção metafisica contemporânea está chamando a atenção para este elemento importante que surge na cultura da modernidade. Trata-se de cultura cética, onde não há lugar para o “ser metafisico”. É um tema controverso. Para alguns, como para Vattimo, o niilismo não pode ser considerado contra-iluminista, tanto em seu sentido histórico quanto em seu sentido derivado. Historicamente, niilista é aquele que olha tudo criticamente; uma pessoa que não aceita à primeira vista nenhum principio, por mais veneravel que seja. É portanto compativel com o Iluminismo: a atitude crítica, a recusa de aceitar o préjugé, a convenção, a ordem tradicional.
No sentido pejorativo, em que o nihil do radical latino designa a total ausência de ilusões quanto ao homem e à sociedade, e não mera irreverência diante das convenções e instituições existentes, o niilismo faz parte integrante da episteme iluminista. Ou seja, o niilismo como recusa de toda a normatividade - tanto a que rege a inteligência quanto a que rege a vida moral. Dentro do Iluminismo, sempre esteve uma vertente que advogava a recusa de qualquer fundamento objetivo para a moral.
Geralmente, o niilismo pós-moderno é atribuido a Nieztsche e a Foucault, que afirmaram que não há um lado certo e que, renunciando a qualquer fundamento ético para a sua causa, está se imitando o poder que ele combate, pois, como este age diretamente sobre os corpos e não sobre as consciências, prescinde de toda base normativa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário