Toda reflexão metodológica enraíza-se, com efeito, numa
prática histórica particular, num espaço de trabalho específico. O meu
organiza-se em torno de três pólos, geralmente separados pelas tradições
acadêmicas: de um lado, o estudo crítico dos textos, literários ou não,
canônicos ou esquecidos, decifrados nos seus agenciamentos e estratégias;
de outro lado, a história dos livros e, para além, de todos os objetos
que contém a comunicação do escrito; por fim, a análise das práticas
que, diversamente, se apreendem dos bens simbólicos, produzindo assim
usos e significações diferençadas. Ao longo de trabalhos pessoais ou de
levantamentos coletivos, uma questão central sub-tendeu esta abordagem:
compreender como, nas sociedades do Antigo Regime, entre os
séculos XVI e XVIII, a circulação multiplicada do escrito impresso modificou
as formas de sociabilidade, autorizou novos pensamentos, transformou
as relações com o poder.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
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